Pergunta:
Porque vocês chamam de “poliamor” só as relações onde houver “polifidelidade”?
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Resposta:
Nós sintetizamos esta visão a já vários anos quando organizamos de conjunto todas as formas conhecidas de relações não monogâmicas. Só aí pode-se perceber a utilidade desta abordagem.
Nesta oportunidade já nos ficava claro que o “poliamor” quando sem “polifidelidade” coincidia com exatidão ao conceito de “relação aberta”. E aí, que fazer?
Optamos por não excluir a noção clara de relação aberta pela noção ampliada e ambivalente de um poliamor na circunstâcia em que tenha ou não polifidelidade.
Poliamor apareceia ocupando dois espaços: o de poliamor (com polifidelidade) e o de relação aberta.
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Ou ficávamos, como era tradicional, com conceitos mal delineados.
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Ou excluíamos “relação aberta” por uma noção ampliada e ambivalente de poliamor.
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Ou restringíamos poliamor ao caso que inclua polifidelidade, liberando espaço para uma outra forma de relação: a “relação aberta”.
Optamos por esta última alternativa.
O que é Poliamor
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Poliamor aparece com múltiplos usos. É um conceito difuso (uns o entendem como sinônimo geral de relações não monogâmicas, outros de uma das formas não monogâmicas; uns consideram sinônimo de relações abertas outros os distinguem).
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Poliamor é a possibilidade de se ter duas ou mais relações afetivo-sexuais onde esteja incluída a cláusula de “polifidelidade”; ou seja, o dever de exclusividade sexual aos parceiros reconhecidos e com direitos de ingerência nas possibilidades e opções de relação um do outro.
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Quando se tratar de poliamor sem cláusula de “polifidelidade”… será coincidente com relação aberta. Daí preferirmos não chamá-lo de poliamor e sim de “relação aberta”.
Olá !!!!
Adoorei a sua definição de poliamor, recentemente escrevi um texto sobre “Amor Livre” basicamente é mesma coisa só muda a nomenclatura….Bem, se puder daqui há alguns dias visita meu blog (nomundodasfofas.blogspot.com) e tbm dê sua opiniao. No momento estou à procura de imagens para postá-las junto ao meu texto.
A Silvia, logo abaixo, faz o seguinte comentário:
“Compreendi a definição (…), mas não sei se os próprios poliamoristas concordariam com isso”
Pois é: eu, como poliamorista, não concordo com a definição.
O poliamor tem pontos em comum com o Relacionamento Aberto (RA), mas nem todo RA pode ser entendido como um poliamor.
A maior parte dos que têm RA restrigem-se apenas ao contato sexual com outros que não o parceiro, não aceitando envolvimento afetivo que extrapole o casal (esta a grande diferença). Isto explica, por exemplo, o fato da comunidade Relacionamento Aberto, do orkut, ter quase quatro vezes mais membros que a comunidade Poliamor, tb do orkut.
O poliamor necessariamente faz referência à não-monogamia afetiva. O RA faz referência à não-monogamia sexual.
Esta distinção, a gente encontra nas mais diversas rodas de discussão dos dois grupos (aliás, os adeptos tão somente de RA fazem bastante questão de frisar que não são poliamoristas). Acredito que isto basta para compreendermos que não é necessário incluir a polifidelidade para se distinguir conceitualmente poliamor de RA.
Assim… O Poliamor pode ser em relacionamento aberto ou em polifidelidade… E o RA pode ser poliamoroso ou não-poliamoroso. Temos dois conjuntos distintos, mas congruentes. =)
Olás a todos/as!
Compreendi a definição dada de poliamor, relacionando-o à “polifidelidade”, mas não sei se os próprios poliamoristas concordariam com isso – até porque sabemos ser impossível existir consenso mesmo entre aqueles que partilham de pressupostos comuns! Talvez o que qualifique melhor o poliamor, diferenciando-o das relações livres, ou das relações abertas, seja o envolvimento cotidiano mais sistemático entre os pares, com, por exemplo, todos morando juntos (apesar de nem todos se relacionarem entre si necessariamente), ou com todos participando mais “proximamente” das vivências e histórias dos demais (partilhando sentimentos, opiniões, decisões, essas coisas), enfim, havendo maior formação de “casais” (em sistemas de tríades ou de mais “figuras”), havendo às vezes a existência de arranjos em que há o “par central”, ou o “pólo central”, ou as tais relações primárias, secundárias, etc., mas não necessariamente havendo oposição aos demais relacionamentos novos que surgirem para cada um ou para todos… De todos os poliamoristas que conheço, apenas um “casal” formado por 3 resolveu estabelecer a fidelidade entre eles, mas por questões próprias da dinâmica de relação deles, e não por ser isto uma “exigência” do poliamor. Para definir poliamor, então, eu iria mais por estas duas características, mesmo sendo elas “fluídas”, mas menos por essa “polifidelidade”…
Bom, no mais, beijos pra vocês, e vamos conversando!
Obrigado pela explicação xD
Penso que é bom esse tipo de definição ficar bem visível à todos.